domingo, 24 de janeiro de 2010

Aconteceu de Novo!

Vocês devem estar lembrados da história de Miss M, a moça que queria fazer um 2010 diferente. É recente, aconteceu outro dia e eu contei aqui, em detalhes.

Pois então. Nem ia fazer outro post porque seria praticamente um "copy/paste", mas como muita gente se solidarizou com Miss M, sinto-me na obrigação de dizer pra vocês que, SIM, aconteceu de novo!

Pobre Miss M...

A ocasião, no caso, era a celebração do aniversário de uma amiga. Da melhor amiga de Miss M, Miss G.

5 amigas no total. 5 lindas mulheres, livres, leves, soltas, felizes, resolvidas, produzidas, totalmente dispostas a causar tudo que fosse possível no "Miss G's Day".

A celebração aconteceu em várias etapas, começando numa light reuniãozinha de meninas numa noite, um papo mais animado num barzinho noutra noite, e o ápice ocorreria na balada "rock'n roll", onde (quase) tudo é permitido e onde as possibilidades das meninas, digamos assim, são mais equilibradas.

Partiram. Chegaram. Causaram.

Adentraram o lugar no exato momento em que a banda começava a tocar Kiss - "Rock'n Roll All Night", e Miss M não pôde deixar de pensar que, puxa, aquilo devia mesmo ser um bom sinal. A casa estava cheia, muito mais do que da última vez, e o número de pessoas interessantes saltava aos olhos. Todos os tipos, para todos os gostos, de todas as faixas etárias, um mar de possibilidades.

Miss P e Miss G, as amigas mais sagazes de Miss M, logo ligaram seus radares e identificaram dezenas de alvos com pontencial. Em pouco tempo algumas fichas já estavam lançadas, mas Miss M, sempre mais cautelosa, apenas observava e curtia intensamente a boa música.

E não demorou para que rolasse o dejà vu...

Numa rápida olhada em volta Miss M percebeu que havia uma pessoa olhando-a. Olhando-a não, devorando-a com os olhos. Uma pessoa que sequer piscava enquanto acompanhava cada um dos seus movimentos.

Ficou confusa, achou que fosse impressão e comentou com as amigas, pedindo que elas avaliassem se a situação era mesmo o que parecia ser. Em poucos minutos todas as amigas confirmaram: Sim, Miss M estava sendo alvo do primeiro freak da noite, um moço meio ruivo, meio albino, cabelo desgrenhado, barba por fazer, aparentava ser muito jovem mas também tinha expressões de alguém bem mais velho, uma figura bem peculiar, mas não foi nada disso que assustou Miss M.

Na verdade o rapaz era mesmo muito, muito esquisito. Olhava pra Miss M de um jeito altamente assustador, e por um instante ela agradeceu por estar com suas amigas para constatar que não, não era um exagero da sua cabeça. O cara era realmente um freak-freak, daqueles que se destaca em qualquer multidão.

Rodeou Miss M por uma boa parte da noite. Não lhe desgrudava os olhos, não a perdia de vista. A galera enlouquecida vibrando com a banda e ele lá, parado, com a mão no queixo e o olhar fixo em Miss M. Assustador. Parecia cena de filme.

Miss M e suas amigas foram se misturando entre as pessoas, tentando relaxar apesar da presença desconfortável do freak ruivo, tentando interagir com outras pessoas, e depois de muito tempo o rapaz desapareceu. Alívio geral. A noite recomeçava para Miss M, aparentemente pra valer.

Sensação esta que durou pouco mais de 5 minutos. Porque foi no intervalo entre uma entrada e outra da banda, quando as pessoas se dispersam um pouco e a adrenalina baixa, que as amigas de Miss M a alertaram sobre outra presença bizarríssima: "Reginaldo Rossi Albino".

Não sabe quem é Reginaldo Rossi? Espia aqui. Agora visualize-o albino, com o mesmo olhar, o mesmo cabelo, a mesma idade, o mesmo "charme". Eis o segundo freak que colou em Miss M na noite. Porque, claro, não preciso nem falar que o alvo do Reginaldo Rossi Albino era Miss M, né? Óbvio! Quem mais na face da terra atrairia alguém tão tão tão tão tão bizarro?

Ninguém, senão nossa heroína!!!

Deu muito trabalho despistar o freak number two. Porque ao contrário do primeiro, esse era mais ostensivo. Fazia questão de tentar flertar com Miss M, que já estava pirando porque pra todo canto que olhava cruzava o olhar com aquela aberração. Teve vontade de sair correndo, mas foi contida pelas amigas e pela banda que voltou ao palco trazendo de volta a multidão dispersa e, com ela, alguma distância do Reginaldo Rossi Albino. Alívio.

Miss M já tinha desistido de qualquer possibilidade. Decidiu curtir o final da balada se jogando no rock'n roll, foi pra frente do palco e cantou, gritou, dançou, chacoalhou a longa cabeleira vigorosamente pra frente e pra trás, e mais uma meia dúzia de clichês roqueirísticos que lhe fizeram se sentir protegida de qualquer freak que pudesse se aproximar.

Enquanto isso suas amigas circulavam pelo local, porque, ao contrário de Miss M, as amigas costuma ter melhor sorte em suas investidas. E ela lá, na frente do palco, feliz da vida porque, de tudo de tudo, mais uma vez teve pelo menos boa música, um show fantástico altamente revigorante.

Já estava quase amanhecendo quando os instrumentos calaram e a balada chegou ao fim. A casa esvaziando devagarinho, Miss M e suas amigas finalmente sentaram-se para descansar os pés moídos pelos saltos altíssimos e esperar até que a fila do caixa diminuísse e pudessem ir embora.

Conversavam animadamente, cada uma contando seus próprios "causos" vividos naquela noite, quando Miss M, distraída, foi cutucada por um mocinho oriental que trazia consigo o "amigo" também oriental, uma versão anã de um lutador de sumô, talvez seja essa a melhor definição.

O amigo mais descolado (e menos freak) disse que estava intercedendo pelo outro amigo (o lutador de sumô anão), pois ele estaria "interessado" em Miss M e teria observado-a a noite toda.

Miss M quase engasgou quando se deu conta de que sua noite de terror ainda não havia acabado, mas conseguiu engolir em seco e sorrir (porque ela nunca é cruel ou grosseira), e apenas disse gentilmente que a noite já estava acabando e ela já não estava mais disposta e conhecer ninguém.

Mas freak que é freak, vocês sabem, não desiste fácil, então apesar das negativas educadas de Miss M, o pequeno lutador de sumô não arredou pé, e ela ficou ali, cercada, sem conseguir sair do lugar.

Teve vontade de gritar pedindo socorro, mas a casa já estava bem vazia e as poucas pessoas que ali permaneciam pareciam alteradas demais para lhe oferecer qualquer tipo de ajuda. Também não parecia muito sensato pedir socorro quando seu algoz era uma versão miniatura de um lutador de sumô, então apenas muniu-se de coragem, respirou fundo para conseguir ser suficientemente grosseira e saiu quase correndo em direção ao banheiro, empurrando os freaks e largando-os falando sozinhos.

No banheiro, confrontou-se com o próprio reflexo no espelho, a aparência já entregando o cansaço de quem curtiu intensamente a noite, a maquiagem levemente borrada, os cabelos bagunçados, mas ainda assim um reflexo bonito.

Perguntou-se mentalmente o que será que haveria em si para atrair tantos freaks, SÓ os freaks, e mais uma vez cedeu à gargalhada inevitável, porque questões como essa só podem ser isso: Uma piada da vida.

E se a vida é uma piada, ou lhe faz de piada, Miss M apenas ri.

Porque, afinal de contas, melhor ser uma piada do que passar a vida em branco.

Pelo menos as piadas perpetuam-se, e sempre haverá alguém pra lembrar delas.

Que assim seja!

Um comentário:

Magda Nascher disse...

Miss M não desista, vc é brasileira lembra?!!!
Hahahah