sexta-feira, 30 de maio de 2008

Músicas que me Inspiram - Parte VI

"Gipsy Kings" é um grupo musical que faz parte da minha adolescência, por incrível que isso possa parecer... Costumava ouvi-los nessa época - início dos anos 90, e era apaixonada pelas canções extremamente sedutoras, essa deliciosa mistura de música cigana, rumba e flamenco.

Eu tinha vários LP´s dos Gipsy Kings, e os gravava em fitas cassete que depois eu carregava comigo pra escutar no walkman através daqueles fones de ouvido gigantes. Tudo jurássico, eu sei, tem muita garotada de hoje em dia que nunca nem viu uma fita cassete na vida, mas eu tinha caixas e mais caixas de sapato cheinhas delas, com as minhas misturebas musicais que entretiam minhas longas viagens de ida e volta ao trabalho e ao colégio, enfrentando ônibus lotados e trens mais lotados ainda.

Não consigo dizer o que exatamente essas músicas me inspiram... Nostalgia com certeza, porque eu viajo no tempo e me vejo materializada aos 15 anos, cheia de sonhos e incertezas, mas é mais que isso... São músicas sedutoras, envolventes, e não dá pra escutar sem arriscar pelo menos uma chacoalhadinha dos ombros. Altamente contagiante!

Tenho descendência flamenca, minha família materna é de origem espanhola (Aguilhar!), e eu simplesmente amo esses ritmos ousados e calientes, eles fazem parte de mim... Um dia ainda vou levar a sério aulas de dança flamenca... pensando bem, talvez eu aproveite esta inspiração súbita e comece imediatamente... me aguardem!

Por enquanto fico aqui em casa mesmo, rodopiando pela sala com o som no último volume, chacoalhando os ombros, sacudindo a saia, batendo o pé e cantarolando com sotaque carregado: "Djobi, Djoba, cada dia que te quiero más!"




É bom demais... aposto que até você aí do outro lado da tela arriscou uma dançadinha, né? Impossível ficar inerte...

Então só pra não perdermos o pique, segue mais uma: Essa música é linda, e me traz uma sensação tão boa... São as doces lembranças que ficam melhores ainda quando saboreadas ao som de uma bela canção!

terça-feira, 27 de maio de 2008

Feriadão em Saquarema

Pois é... Como já adiantei no post anterior, toda essa história de casamento + feriadão + Rio de Janeiro acabou rendendo pra nós um agito e tanto no último feriadão do ano...

Não sou muito de viajar em feriado porque odeio os engarrafamentos enormes que se formam nas estradas, odeio litoral ou campo lotados de turistas às vezes (ou quase sempre) estressados e mal educados, odeio ver o "povo da cidade" jogando lixo nas praias, e acabo optando por ficar em Sampa e aproveitar o vazio deixado por aqueles que debandaram pra descansar e até mesmo curtir um pouco lugares que nem percebemos na correria do dia a dia.
Mas dessa vez foi diferente. Tínhamos vários excelentes motivos pra encarar uma viagem nessas condições, e conseguimos nos organizar pra antecipar a ida e antecipar a volta, de modo que não pegamos praticamente nada de tumulto nas estradas.

Então na quinta-feira-feriado, ainda de ressaca da festança da noite anterior (o casamento da Aline), eu, meu marido, meu filhote e meus enteados partimos para Saquarema/RJ, rumo à nossa aventura de final de semana prolongado.

Ficamos hospedados na casa de praia dos nossos padrinhos Gastão e Marcilene (que não puderam ficar conosco porque trabalhariam na sexta-feira), e como diz o ditado: "foi só os gatos saírem para os ratos fazerem a festa!".

Pensem numa vida difícil! Eu estava de folga total, isso era uma condição da qual eu não abri mão para topar a viagem, então nem mesmo o café da manhã nós fazíamos na casa... Todas as refeições eram na rua, ficávamos na Praia durante toda a manhã e parte da tarde, e terminávamos o dia na piscina da casa, bebendo todas e bagunçando muito...

Em tese, seriam 2 adultos e 3 "crianças" (tá, 1 criança, 1 adolescente e 1 adolescente-quase-adulto, que seja!). Mas na prática eram 5 crianças, um pior que o outro! Eu ri muito com meus enteadinhos cariocaxxxxxx cheios de marra, jogamos Uno, ouvimos música, falamos lorotas e brincamos até não poder mais! Show de Bola!

Eu desconectei totalmente do mundo... não levei notebook pra não ficar tentada a me conectar regularmente, achei ótimo que o sinal do celular na casa de praia era péssimo, então fiquei pela primeira vez em anos totalmente relaxada sem pensar num email que estivesse chegando ou numa ligação prestes a acontecer... De vez em quando é tão bom desligar... preciso lembrar disso com mais frequência!

Pena que tudo que é bom dura pouco, e no sábado à noite tivemos que abandonar o paraíso e voltar à cidade... Ainda curtimos um tantinho da noite no Rio, programa de pai e filhos (e eu de intrometida junto): fomos ao cinema, tomamos sorvete, coisinhas assim, mas no domingo logo cedo levantamos acampamento e viajamos de volta pra São Paulo, onde a vida real nos esperava de braços abertos...

E então o que era doce se acabou... Mas ficam as recordações de bons momentos vividos intensamente, e da alegria de pessoas que se amam curtindo a simplicidade da vida juntas. Foi especial!


Já pensou almoçar todo dia com esse cenário ao fundo?

Já na chegada, o Lucas "precisava" dar um OI para a Areia... Pense numa criança que gosta de areia!!!

Imagem auto-explicativa

Se joga, Lucas!

Os Anjinhos - Yan, Lucas e Ully



Lucas à milanesa
Lucas Empanado (sacanagenzinha dos irmãos mais velhos)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Invandindo o Casamento de "Aline e Luciano"


Nossos amigos mais próximos nos chamam de "arroz de festa"... E nós somos mesmo! Festejar é uma das melhores coisas dessa vida, e nós não nos fazemos de rogados!

Conheci a Aline e o Luciano pessoalmente há pouco mais de 1 mês, quando eles vieram a São Paulo tirar o visto americano para a viagem de Lua de Mel. Mas como já nos falávamos pela net há muito tempo, parecia que éramos amigos de infância, super próximos...

Pensem em duas pessoas totalmente "do bem"! Pensem em duas pessoas fofas, agradabilíssimas, animadas e felizes... eles são assim!

No dia que nos conhecemos, fui com a Aline fazer a prova do vestido de noiva dela, que foi encomendado aqui em Sampa. Quem me conhece sabe que eu adoro assuntos casamentísticos, adoro noiva, vestido de noiva, tudo relacionado ao assunto, e fui com o maior prazer acompanhá-la num momento tão importante dos preparativos.

Enquanto esperávamos a modelista fazer alguns ajustes no vestido, tomamos um café e batemos um longo papo, que foi adorável... Temos histórias de vida muito parecidas, ela também estava planejando o casamento depois de já morar junto com o marido há vários anos, tem uma filhinha linda de 5 anos, enfim... muitas coisas em comum, aquelas coincidências loucas da vida...

Eis que no meio da conversa ela me surpreende com um lindo convite para o seu casamento... Eu já acompanhava a história e os preparativos através do Blog dela, mas não podia imaginar que ela me incluiria no seleto rol de pessoas queridas com quem ela gostaria de dividir um momento tão importante!

Fiquei emocionada, porque senti e percebi que o convite vinha cheio de carinho e acompanhado do sincero desejo de que pudéssemos estar lá no grande dia... e me senti honrada por poder fazer parte dessa história!

Começamos então, eu e o Odylo, a nos organizar para tentar retribuir ao convite com a nossa presença. Casamento no Rio de Janeiro, não seria tão fácil comparecer, mas aproveitamos que o evento seria na véspera do último feriadão do ano, e conseguimos acertar nossas agendas para participar... Assim poderíamos aproveitar a viagem pra passear, o que de fato aconteceu...

Deu tudo certo, e na noite do dia 21 de Maio, quarta-feira passada, lá estávamos nós no Garden Party para assistir uma das cerimônias de casamento mais lindas que eu já vi na vida!

Lugar lindo, decoração linda, tudo perfeito, tudo cinematográfico!

A cerimônia foi um show à parte... o Pastor é uma figura, super autêntico, conduziu aquele momento com maestria, deixando a emoção fluir e a alegria dos noivos dominar o ambiente... indescritível! Eu fiquei arrepiada!

Depois da cerimônia, os convidados foram brindados com uma festa de arromba, cuidadosamente preparada pela dedicada Aline, cada detalhe pensado, cada detalhe um carinho para os presentes...

Como já falei, a decoração estava deslumbrante, de cair o queixo... o cardápio igualmente caprichado, tudo muito bem planejado, mas o melhor de tudo foi a animação que tomou conta da galera!

Os noivos entraram no salão ao som de uma música do Zeca Pagodinho (a cara dos noivos, loucos por Samba!), animadíssimos, já invadindo a pista de dança e contagiando todo mundo!


E na última parte da festa eles trocaram de roupa, o DJ deu lugar a um conjunto de músicos excelentes, e todo mundo caiu no samba!

Foi bom demais! Uma celebração à altura de um dos casais mais animados que conheço, no melhor estilo "deixe a vida te levar... e seja feliz!"

Viva a Alegria! Viva o Amor!

Aline e Luciano, queridos... Do fundo do meu coração, desejo que possamos enfiar o pé na jaca juntos muitas outras vezes, e que essa alegria e esse alto astral que dominaram a festa do casamento de vocês contagie cada um dos próximos dias da longa vida que eu desejo que vocês tenham juntos! Sejam muito, muito, muito, muuuuuuuuuuuuito felizes! Vocês merecem!!!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Final de Semana em Festas e Fotos

Já acabou, céus! Esse eu nem vi passar MESMO... pra variar, nem consegui fazer tudo que precisava ser feito, mas por outro lado aproveitei muuuuuito.


Sexta-feira foi dia de reuniãozinha familiar, dessa vez na casa da Silvia. E lá fomos nós, cada uma com seu carregamento pessoal de combustível (ops! comida!), dividir umas horinhas de pura descontração numa noite fria de sexta-feira... Adoro essas reuniões com as minhas irmãs e meus cunhados, ADORO! Uma das melhores coisas dessa vida é poder estar perto de quem a gente ama!

Sábado acordei meio borocochô, garganta prestes a infeccionar, sintomas típicos de uma gripe daquelas chegando, fase de TPM, coisas assim, e a nhaca quase tomou conta de mim. Mas, resistente que sou, dei um jeito de largar essas coisas ruins pra lá e à noite fomos curtir uma festa infantil num Buffet bem bacana daqui de Osasco... Foi muito legal, pelo local, pela comida, pela bebida, e principalmente pelas pessoas agradabilíssimas. Teve um show de mágica com o mesmo mágico que se apresentou na festa de 6 anos do Lucas - Ulisses Loddy, e foi um dos pontos altos da noite. Meu filhão foi convidado a participar de um momento lá da apresentação, e foi engraçadíssimo! Ele foi "transformado" no Harry Potter, numa performance super divertida! Pena que minha câmera fotográfica está uma bomba de ruim e de onde eu estava as fotos ficaram péssimas, mas devemos receber o vídeo em pouco tempo, daí eu mostro!

E domingão lá fomos nós pra outra festa infantil, dessa vez o 1º aninho da Natália, filha da minha super amiga Cátia. A família veio de Londres (onde moram), pra fazer a festa da princesinha por aqui, então foi uma comemoração com muitos motivos especiais, principalmente porque pudemos todos nos rever depois de muito tempo. Festa bacana, num Buffet infantil bem legal lá de Moema, o Lucas como sempre "se jogou" e a gente encheu a pança de porcarias deliciosas que só encontramos em festas de criança. E de quebra ainda encontrei minha amiga-fotógrafa Bianca Machado, que fez a cobertura do evento, e conseguimos até bater um bom papo entre uma foto e outra.

Ainda rolou um OutBack no finalzinho da tarde, só um choppinho inocente - e bem gelado, como diz meu marido, e quando a noite parecia reservada para a ressaca daquelas, eis que surgem Cátia e Marcelo, minha irmã e meu cunhado, com uma caixa lotada de guloseimas vindas do aniversário da sogra da minha irmã... Mais salgadinhos, docinhos, porcariazinhas, e lá fomos nós comer mais um tiquinho porque, né, ninguém é de ferro! hihihi... A noite terminou, como sempre, com um divertidíssimo jogo de UNO, várias latinhas de cerveja vazias e uma tremenda zona na minha sala. Isso mais de 01h00 da madrugada...

Fala sério! Somos doidos, completamente! Mas, como diz o Odylo, sabemos aproveitar a vida, então... Que venham outras festas, porque a gente ADOOOORA!

Como eu disse, as fotos do show de mágica não prestaram muito, mas aqui dá pra ter uma idéia de como meu filhote ficou engraçadíssimo de Harry Potter.

Na festinha da Natália encontramos o Barney, e como eu sou uma criança grande que adorar reviver a infância, não perdi a oportunidade - momento Robert total!

Hoje o Lucas só queria tirar fotos engraçadas, então...


E assim...

Mordidas, apertões e afins...

E caretas...

Muuuuuuuuitas caretas!

domingo, 18 de maio de 2008

Minha nova Amiga Mary

Uma das maiores alegrias desse mundo virtual é a possibilidade infinita que temos de conhecer pessoas e fazer amigos.

Há um lado tenebroso, é verdade, e existe também muito perigo por conta de tanta exposição. Mas, como eu sempre digo, na minha balança pessoal continua valendo à pena (e muito) correr o risco.

Porque foi dessa maneira - virtual - que conheci algumas pessoas extremamente queridas, que se transformaram em amigas(os) de verdade, e que provavelmente eu não teria conhecido de outra maneira.

Existem também tantas outras formas inusitadas de se conhecer pessoas incríveis, basta que fiquemos atentos às oportunidades e saibamos entendê-las.

Eis aqui uma histórinha desse tipo:

Em 2006, quando eu planejava a festa de aniversário de 6 anos do meu filhote, comecei a cotar e pesquisar pela internet serviços de fotografia e filmagem, porque naquele ano a festa seria especial e eu queria registrar com tudo que tivesse direito.

Vasculhei a rede na época e vi muita, muita, muuuuuuuuuita coisa... Até que um dia cheguei ao site da Fotógrafa Bianca Machado. Entrei, dei uma rápida vasculhada, e na hora em que vi a foto e li o perfil tive certeza que seria ela a pessoa certa para fotografar um momento tão especial pra nós.

Liguei, e com 2 minutos de conversa fechamos negócio. Sabe aquela coisa de "o santo bater"? Então... eu senti pela voz dela, pela maneira como atendeu, por cada palavra que disse, senti que ela era uma pessoa especial, uma profissional em quem eu poderia confiar!

Quem me conhece sabe que eu sou meio neurótica, detalhista, cricri, implicante, etc e tal, e eu perturbei tanto a pobre da Bianca antes daquela festa (e depois também), que não sei como ela me aguentou! Mas tudo valeu a pena, porque superando todas as minhas expectativas o resultado do trabalho foi simplesmente brilhante! Desde então passei a indicá-la para todo mundo que eu conheço quando o assunto é Fotografia.

Então chegou o ano de 2007, quando decidimos casar, e durante os preparativos uma das primeiras coisas que decidi (acho até que foi a primeira mesmo), foi o serviço de Fotografia... Lembro que liguei pra Bianca do celular, um dia, e fui despejando sobre ela todas as informações: que a gente tinha resolvido oficializar o casamento, que seria no dia tal, e que tudo que eu sabia até então é que ela seria a fotógrafa! Nem perguntei se ela tinha agenda, simplesmente intimei! Ela topou, e foi a partir daí que nos aproximamos um pouco mais...

Porque, né, Noiva Neurótica que eu fui, não dei sossego pra ela... era email gigante toda semana, com uma relação de coisas resolvidas e de coisas pendentes, eu acabei envolvendo a Bianca muito mais do que ela precisaria se envolver na condição de fotógrafa, mas os emails que troquei com ela foram alguns dos mais lindos e mais confortantes que recebi naquela fase... Linda ela, um carinho, uma atenção, uma delicadeza, uma coisaaaaaaa... Existem os fotógrafos do mercado, e existe a Bianca. Existem trocentas empresas nesse ramo, mas nenhuma, absolutamente nenhuma se compara à MINHA fotógrafa Bianca Machado. Ela é simplesmente The Best, e se você, meu querido leitor, precisar de um serviço de fotografia algum dia, seja para o evento que for, não deixe de falar com ela! Eu garanto e faço propaganda com o maior prazer porque acho que profissional bom merece ser valorizado sempre!

Mas, enfim, chegou o casamento, a Bianca cobriu o evento com aquele capricho de sempre e me presenteou com 1000 fotografias incríveis, que depois de muito sacrifício pra escolher apenas algumas, viraram meu álbum de casamento que todo mundo baba quando vê.

A essa altura, já estávamos amigas mesmo, a gente conversava muito, e acho que a empatia que rolou desde a primeira vez foi se tornando realmente um carinho grande, uma amizade bonita... E somos assim até hoje, nos falamos de vez em quando por email, por orkut, do jeito que dá, nos encontramos em eventos que ela fotografa, coisas do tipo, e eu tenho um carinho enorme por ela, além de uma admiração gigante pela pessoa e profissional que ela lutou para se tornar - e conseguiu! Pequena-grande guerreira! Vitoriosa!

Então, mas eu acabei dando uma volta enorme pra chegar no título desse post. Tudo bem, agora vocês vão entender: A Bianca, linda que é, tem uma mãe igualmente linda... A Mary, a figuraça Mary... Recentemente ela entrou para o Orkut, e desde então se tornou também minha super amiga.

Gente, a Mary é tudo de bom! Alto astral, toda animada, uma coisa!

Eu nem sabia, mas descobri que ela me lê aqui sempre que pode, e com o Orkut ela começou a falar mais sobre isso comigo... É uma delícia abrir o scrapbook e encontrar os recados sempre bem humorados da Mary... E ela é das minhas, deixa recados grandes que eu ADORO ler, uma fofa, uma nova amiga especialíssima!

Daí que ontem eu tava meio borocochô, aqueles dias em que a gente fica down sem muito motivo lógico, e quando cheguei em casa me deparei com esses recados deixados pela Mary (clique na imagem para ampliar o print do meu scrapbook do orkut se estiver difícil pra ler aqui):

Olha, quase chorei na hora, viu! Porque recebi aquilo como uma demonstração muito linda de carinho e atenção, e no fundo no fundo tudo que a gente quer da vida é justamente isso - que as pessoas gostem da gente de verdade, pelo que a gente é, com nossos defeitos e nossas qualidades.

Eu já estava mesmo querendo fazer um post pra essa dupla dinâmica aqui há alguns dias, então aproveitei a ocasição pra vir deixar registrado que eu ainda acredito na internet, que eu ainda acredito que apesar de tudo existem pessoas do bem, e que eu ainda acredito que qualquer risco vale a pena se a gente tem por outro lado a possibilidade de conhecer pessoas maravilhosas...

Quisera todo mundo tivesse a mesma sorte que eu, de ganhar assim, "de graça", duas amigas tão queridas e tão especiais!

Bianca, ADORO-TE, e você sabe disso! Sou sua maior fã, admiradora e torcedora... Desculpe por expor você aqui assim, sem autorização... A intenção é a melhor possível, e espero que você não se incomode! Depois eu cobro o valor da propaganda, tá??? hahaha.

Mary, queridona... você é show! Adoro ter você como leitora, como amiga de orkut, como parceira de conversas que falam sobre lustres em forma de penicos e outras cositas más... Você é muito divertida, e espero que esteja sempre por perto!

Meninas, Adoro vocês!!!
Lembrem-se do ditado: "... Você é eternamente responsável por aquilo que cativa...". Pois então. Agora vão ter que me aturar!!! hihihi

quinta-feira, 15 de maio de 2008

A História do Comercial que Ninguém Viu (especial de aniversário)

Dada a minha total falta de tempo nos últimos dias, aliada à minha crise criativa, não me resta outra alternativa senão reeditar mais um post antigo, e longo, bem longooooo.

Gosto particularmente desta história porque, de tão surreal, até eu fico surpresa de ter acontecido comigo mesma. E dou risada, muita risada!

(texto publicado originalmente em 30/11/07)

Há cerca de 3 ou 4 anos eu entrei num programa de "teste" de um determinado produto que estava para ser lançado - sim, sim, produto para emagrecer! Na época vi uma propaganda na revista Veja, liguei para o número divulgado, fiz um cadastro, fui chamada para algumas entrevistas e, bom, entrei no tal programa, junto com mais cento e poucas mulheres.

Era uma linha de shakes e barrinhas de cereais como tantas outras que já existem no mercado, mas essa linha seria lançada por uma empresa do ramo alimentício super conceituada e grande aqui no Brasil, e realmente eles fizeram um estudo super sério sobre a eficácia do "tratamento". Todo o programa foi muito bem organizado, remunerado e, o melhor, durante os 6 meses de teste tínhamos acompanhamento médico, nutricional e psicológico "na faixa", além de receber gratuitamente os produtos para consumo, e tal...

Foi bem bacana. Eu nunca tinha feito uma tentativa assim tão séria, envolvendo todas as vertentes da área de quem quer fazer dieta - endocrinologista, nutricionista, psicólogo, e tive acesso aos profissionais mais renomados e graduados de cada uma das áreas por conta do alto investimento que a empresa X fez no produto, e da credibilidade que queria passar com o histórico dos testes. Perdi, se não me engano, pouco mais de 9 quilos no decorrer do programa - 6 meses de "intensivo" + 3 meses de "manutenção". Foi um resultado excelente, e como tínhamos dinâmicas de grupo frequentes entre todas as participantes do teste, eu fui percebendo que realmente eu tinha me saído muito bem, tinha me destacado da maioria...

Daí acabou-se o que era doce, eu rapidamente recuperei alguns quilinhos, como sempre, mas não tudo, e continuei com um saldo positivo. Mais de 6 meses depois, um belo dia me liga o cara de Marketing da empresa X, me dizendo que eles estavam preparando a campanha publicitária de lançamento do produto e que queriam fazer a campanha com uma pessoa "real", que fez o tratamento de verdade e obteve resultados de verdade, e que eles tinham me escolhido para tal trabalho porque eu tinha o perfil, o resultado, blablabla... Me disse que eu não tinha obrigação nenhuma, mas que a empresa gostaria muito de contar comigo, não sei o que mais, até que disse a palavrinha mágica - cachê, e eu já pensei com mais carinho no assunto...

Disse pra ele que eu tinha recuperado alguns quilos, e ele disse que tudo bem, que a idéia da campanha era ser realista mesmo, e que eles queriam fazer um teste de foto e vídeo comigo pra mandar para a Produtora avaliar. Tudo naquele tempo maluco de quem trabalha nessa área, tudo "pra ontem"... Só sei que lá fui eu, naquele mesmo dia, com a cara lavada, para o tal local do teste, ali nos Bairro dos Jardins. Nessa época eu ainda tinha o escritório no Centro da Cidade, e lembro que quando cheguei no local do teste quase morri de vergonha porque tinha torrado dentro do carro no trânsito infernal, estava completamente "desmontada", e lá só tinha gente linda, maquiada, modelo, e só eu desarrumada, um peixão completamente fora d´água....

Pra encurtar a história, quase morri de vergonha, mas fiz as tais fotos, e o teste de vídeo, que foi o "ó do borogodó"... Tive que decorar um texto lá na hora, e ficar repetindo um milhão de vezes pra uma câmera, pense!!! Que vergonha, que coisa esquisita, afff... Saí de lá certa de que jamais me chamariam pra fazer um comercial, eu definitivamente não levava jeito pra coisa...

Semanas se passaram e eu já estava esquecendo do assunto quando numa quarta-feira me liga o Tom - o tal cara do Marketing, dizendo exatamente assim (lembro como se fosse hoje):

"_Você vai gravar pra gente lá no Rio, no domingo, mas vai pra lá no sábado pra fazer cabelo, prova de roupa, etc... Como você deu uma engordadinha e o vídeo engorda mais, vamos te mandar pra um SPA amanhã pra você dar uma desinchada e o efeito ser melhor no vídeo. Que horas eu posso mandar o motorista te pegar em casa amanhã cedo? 6h00 tá bom???"

E eu, do outro lado do telefone com a boca aberta e pensando: Como assim? Pedi pra ele um tempinho porque precisava verificar questões de logística familiar, liguei pro Odylo, pra minha mãe, todo mundo me incentivou a ir, e eu dei o ok... O cachê era beeemmm bacana!

Passei dois dias e meio no SPA 7 Voltas, um lugar incrível pra onde eu gostaria de voltar um dia, mas ainda não tenho "bala na agulha" pra isso... Eu mais do que ninguém estava me cobrando, então malhei muito (como se 2 dias fossem resolver alguma coisa!), fiz a dieta líquida do SPA e algumas sessões de drenagem linfática e outras massagens emagrecedoras... Não cheguei a perder muito peso, mas dei uma boa desinchada, e isso ajudou bastante...

No sábado fui para o Rio. Chegando lá, era carro de produtor me esperando pra me levar pra não sei onde, pra ver uma roupa do estilista Fulano de Tal, depois pra outro lugar, uma loucura... parecia que eu era uma celebridade, cara... muito engraçado... Acho que o cliente era muito importante pra Produtora, então eu percebia que tava todo mundo tenso com esse comercial especificamente, talvez também por ser feito com gente comum, sei lá... De repente o mundo inteiro tinha o número do meu celular, que não parava de tocar, cada hora um assunto - cabelo, depilação, sobrancelha, roupa, sapato, lingerie... Piração total... Mas foi beeeeeeem legal... Conheci um pessoal muito bacana lá na Conspiração Filmes, me deixaram muito à vontade, deram um mega suporte, e eu fui gostando da "brincadeira"...

No final do sábado tinha um horário agendado com "O Cara"... Prestem atenção nesse trecho especificamente:

Até aquela ocasião, euzinha da Silva, uma pessoa que não se liga em assuntos de bafafá de moda e coisas do gênero, NUNQUINHA tinha ouvido falar em Fernando Torquatto. Não fazia a menor idéia de quem era esse cidadão, mas percebi que era alguém "importante" porque toda hora aparecia alguma bicha louca falando: "Meninaaaaaaaaaaaaaaaaaaa... você vai maquiar e pentear com o Torquattooooooooo... Nossaaaaaaaaaaaa... Que Morallllllllll!!!" E eu, tentando fazer cara de conteúdo, mas puxando pela memória pra ter certeza de que eu não sabia quem era o cara... Puta saia-justa, e o medo de pagar um micão???

Bom, daí fui lá pro tal encontro com o Torquatto... Um cara suuuuuuuppppperrrrrrrrr normal, à primeira vista... Chegou, de mochilinha nas costas, jeans, camiseta surrada, all-star, olhou meu cabelo que por sinal tava uma meleca por conta do cloro da piscina do SPA e da ausência de chapinha há mais de 2 dias, fuçou, revirou, olhou de todos os ângulos, chamou duas "assistentes", falou, falou, falou, virou as costas e foi embora, sem dirigir uma única palavra à minha pessoa.

Quando ele foi e a primeira moça começou a trabalhar no meu cabelo, eu não resisti e perguntei: "Vem cá, esse aí que é o Torquatto?" A moça, claro, arregalou os olhos e disse: "Você não o conhecia???". Fiz que não com a cabeça, abri uma revista e fiquei lá folheando, sem falar mais nada... percebi que estava cometendo uma "heresia" por não saber quem era o cara.

Fizeram o meu cabelo como o Torquatto mandou, e foi uma coisa bem bacana, porque foi um mega trato, a cor ficou linda, o corte, o tratamento, tudo. Foi tipo "um dia de princesa", sabe? Coisa de gente fina! Fiquei linda e maravilhosa, de cabelos, unhas, sobrancelha, tudo feitinho, tudo bonitinho. Ainda conheci mais umas pessoas à noite, e depois fui levada para o Hotel pra descansar, porque a gravação domingo começaria às 7h00 da manhã!!! Fala sério!!! Lá no Rio!!!

No domingo, o DIA D, o que a Dona Farta aqui faz? Só perdi a hora, só isso... Acordei com o mensageiro do Hotel tocando a campainha desesperadamente, abri a porta assim, meio sonolenta, e o moço disse, meio esbaforido: "Tem um pessoal esperando pela senhora lá embaixo" E eu: "Que horas são?", e o moço: "Sete e quinze", e eu "PQP! Fala que já tô descendo!".

Aff... que gafe horrorosa!!! Mal tomei um banho relâmpago e desci com a maior cara amassada, encontrei duas produtoras com cara de poucos amigos e olho no relógio na recepção do Hotel, quase morri de vergonha... Pedi desculpas, mas acho que não adiantou muito, porque elas bem ficaram de cara feia pra mim o dia todo.

Fomos pra Tycon, que eu já conhecia, mas não como "protagonista". Chegando lá todo mundo pronto, só a madame estrela aqui atrasada... Corre pra vestir a roupa, ver se tá tudo certo, tira a roupa, vai pro camarim, e lá estava o "Deus" novamente, o tal do Torquatto... Um pouco mais simpático que no dia anterior, ele começou meio que a conversar comigo, enquanto me maquiava, mas eu percebi que ele ficou bem incomodado com o fato de eu não saber quem ele era... Claro que eu não disse pra ele que não sabia quem ele era, mas ele deve ter percebido porque eu nem tietei, nem estiquei o assunto, já fugindo mesmo da raia, sabe?

Bãããoooo... Cabelo e Maquiagem prontos... Resultado??? Uma "boxta", com o perdão da palavra! Assim... Eu não sei se era um tipo de maquiagem própria pra TV, não sei se o cara ficou com raiva de mim e me sacaneou, ou se aquilo é considerado bonito mesmo e eu que tô por fora... o fato é que eu fiquei parecendo uma Drag Queen... Um cabelo meio anos 70, uma maquiagem meio over, não sei... quando levantei da cadeira e me vi quase tive um treco, e pensei: "Carácoles, vou aparecer na TV desse jeito??? PQP!!!"... Mas, aquele mundo de puxa-sacos berrando: "Ai, que linda! Ai que maravilha de trabalho, Torquatto!", e eu fiquei intimidada, e não consegui dizer que não tinha gostado... Na verdade acho que isso nem importaria muito mesmo.

Decidi que não ia mais ficar me olhando no espelho e pronto! Vesti a roupa, que também odiei - era uma calça branca e uma blusa amarela (agora pensem vocês, que me conhecem, se já conceberam me ver de calça branca alguma vez na vida!)... Eu jamais usaria aquela roupa, porque além de não me favorecer nem um pouco, ainda tinha umas cores totalmente inadequadas pra uma gorda aparecer na TV - que engorda!!! Parecida "operação boicote", sabe??? Mãããsssssssss... Era do tal estilista Fulaninho de Tal, e eu estava ganhando pra estar lá, então incorporei a atriz e fiz o meu papel.

Nesse dia, conheci umas das pessoas mais bacanas do business TV/Cinema - Cláudio Torres, que era nada mais nada menos que o Diretor do Comercial! Fala sério, que moral, heim! Esse eu sabia muito bem quem era, por acaso eu tinha visto naqueles dias Redentor, que ele dirigiu e eu amei, e nem acreditei quando me vi diante do cara, sendo Dirigida por ele! Muito legal mesmoooooooo... Ele, um fofo, um amorzão de pessoa, e a equipe toda no mesmo astral, no mesmo estilo...

Masssssss... vida de artista inexperiente é mó roubada... Carambaaaaa... pensem num trem cansativo!!! Pensem numa coisa chaaatttaaa de se fazer... Tinha lá o texto que eu já tinha decorado... daí, vão-se quase 2 horas só pra marcar o áudio, depois mais tanto tempo só pra marcar luz, depois não sei mais o que, e você lá, em pé, no meio de um estúdio, sem poder tirar o pé do lugar por causa da luz ajustada praquela posição, que você tem que fazer parecer natural!!! Olha, pastei, viu!!! E ficava com vergonha toda vez que errava, que mexia errado, porque parecia que a culpa da demora era minha... o Cláudio ia me tranquilizando, brincando comigo, dizendo que quando gravam com celebridades é assim também, e tal... Mas confesso que em alguns momentos eu tinha vontade de sair correndo e chorarrrrrrrrr... Que encrenca eu fui me meter, nossa!!!

"Ação!", "Corta!"... Ouvi isso um milhão de vezes, às vezes rolava um "corta!" só para o Torquatto vir ajeitar o cabelo, retocar a maquiagem, uma coisa de doidooooooo... Daí se eu me mexia um pouquinho pra relaxar a perna, lá vinha outro tempão pra redescobrir o lugar exato onde eu tinha que por a ponta do dedão para a luz ficar perfeita... olha... Sacrifício... O comercial era em frente a um espelho, então eu ia falando o texto, a câmera ia abrindo (começava em close), daí quando dava pra descobrir que eu estava na frente do espelho, eu virava e falava lá a frase final (mico!)... Pensem no trabalho que foi acertar a tal viradinha!!! Gente, só de lembrar eu fico cansada...

A gravação terminou umas 3 horas da tarde. Rolou um almoço lá na Tycon mesmo, todo mundo "confraternizando", me elogiando que eu tinha me saído bem pra uma inexperiente, e tal... Foi legal... como eu falei, conheci pessoas bacanas, gente culta, gente da área de cinema que eu AMO, então muito mais do que o cachê eu ganhei uma experiência de vida bem bacana...

Tudo vale a pena se a alma não é pequena, não é mesmo???

Ah!!! O comercial??? Então, nem rolou... Fiquei sabendo depois, pelo Tom, que eles fizeram comigo e com uma modelo, e daí fizeram uma pesquisa de mercado com um público selecionado e exibiram os dois comerciais, e as pessoas votaram na tal pesquisa, e o da modelo ganhou... Eu mesma nunca vi o resultado final, não tenho a menor idéia de como ficou, mas nem fiz muita questão também de correr atrás disso, nem queria me ver com aquela roupa e aquele cabelo no vídeo...

Foi uma pena porque eu teria ainda uma outra grana pra receber se o comercial fosse veiculado, só por isso eu torcia pra que fosse pro ar, era uma grana de Direito de Imagem bem caprichada, mas não deu... O comercial da modelo passou por um tempinho. Quase chorei no dia que vi a primeira vez... a modelo de jeans, cabelo liso, maquiagem clean... falando aquele mesmo maldito texto. Tive quase certeza de que fui boicotada, porque se eu tivesse de jeans, cabelo liso e maquiagem clean talvez tivesse ficado mais segura e o resultado tivesse saído melhor, sei lá... mas não importa também... Já foi, e valeu!!! Além do cachê, me rendeu uma bela caixa recheada de DVD´s de filmes nacionais da Conspiração Filmes que enriqueceram minha DVDTeca, que eu ganhei do pessoal da produtora um tempo depois... Prêmio de Consolação!!! hahaha

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Uma Frase

"Às vezes, quando tudo dá errado acontecem coisas maravilhosas que jamais teriam acontecido se tudo tivesse dado certo."
Não sei quem é o autor. Recebi por email da minha querida amiga Carla (saudades!), e achei perfeita!

A História do Caroço de Ameixa (especial de aniversário)

Uma das coisas que faz mais sucesso aqui no Blog são as "Histórias de Dona Farta"... Todo mundo se diverte com o relato das minhas aventuras atrapalhadas, e não foi diferente com a história do caroço de ameixa, um marco da minha infância.

Pra quem não leu na época, aproveite agora! É um post longo (pra variar), mas garanto que vale à pena ler até o final!

(texto publicado originalmente em 13/11/07)

Tivemos uma infância extremamente simples, mas foi uma infância feliz... Bons tempos em que precisávamos apenas de um quintal pra brincar e descobrir o mundo...

Morávamos numa casa simples de 3 cômodos, e como o terreno era grande, tínhamos um quintal imenso, com mato, terra, pedra, e até um poço! Havia um pequeno pedaço do quintal pavimentado, protegido por uma cerquinha de madeira, onde minha mãe estendia roupa lavada, onde havia o nosso balanço de metal, e onde passávamos a maior parte do dia, brincando e aprontando...

Minha irmã Silvia sempre foi muito mais esperta do que eu... Apesar de ser um ano e meio mais nova, ela sempre foi muito "espoleta", era magrelinha então tinha facilidade de subir aqui, se pendurar acolá, correr, etc... Já eu sempre fui meio "tchonga", sempre fui meio lerda... Era gorduchinha, não tinha muita agilidade, era medrosa e uma manteiga derretida...

Mesmo com essas diferenças gritantes, eu e a Silvia éramos muito parecidas quando crianças, e minha mãe, é claro, costumava nos vestir iguais... me lembro que sempre quando saíamos alguém vinha e perguntava: "São gêmeas"?

Também éramos (e somos até hoje) muito diferentes na personalidade, mas isso nunca foi obstáculo para que fôssemos extremamente próximas, pelo contrário... pode até ser que isso tenha nos ajudado a ser tão amigas, como se uma completasse a outra.

Normalmente, casas onde existem muitos irmãos são também palco de brigas frequentes, brigas de irmãos são coisas super comuns, mas nunca foram comuns na nossa casa. Por alguma razão meio difícil de explicar, e também por mérito dos nossos pais, que souberam nos educar de maneira brilhante (dadas as condições), nunca tivemos uma briga feia, raríssimas vezes discutimos, e o clima de paz sempre reinou entre as "Irmãs Aguilhar", apesar de tantas diferenças... Cuidávamos umas das outras, e é assim até hoje.

Na época da história do caroço de ameixa, eu devia ter uns 5 ou 6 anos, e a Silvia uns 4 ou 5, não lembro com precisão. A Cátia (minha terceira irmã) era bebê ainda, devia ter pouco mais de 1 aninho, então as tardes no quintal eram uma exclusividade minha e da Silvia, estávamos sempre grudadas, inventando alguma brincadeira inimaginável, enquanto minha mãe estava envolta nos afazeres domésticos e nos cuidados com a bebê.

Certo dia estávamos lá no quintal tentando inventar algo novo. Não tínhamos quase nenhum brinquedo, então tínhamos que brincar com os materiais disponíveis no quintal - terra, mato, pedras, etc... Um garoto vizinho juntou-se a nós e trouxe um punhado de caroços de ameixa, já secos, e ficamos ali tentando inventar algo com aquela "novidade"... Gostávamos da sensação do caroço de ameixa nas mãos, aquela coisa meio escorregadia, aquele caroço tão perfeitamente ovalado, e nem me lembro qual foi a brincadeira, só sei que os caroços de ameixa fizeram da nossa tarde uma festa.

Logo o menino vizinho foi embora, e novamente ficamos só eu e a Silvia... Caroço de ameixa pra cá, caroço de ameixa pra lá, e a Silvia então teve a brilhante idéia de ver se o caroço cabia no nariz dela. Coisa de criança, ela simplesmente pegou o caroço de ameixa e enfiou no nariz, assim, sem titubear!

Eu, a medrosa "tchonga", claro que não me aventurei nessa experiência, mas fiquei olhando, e vi o caroço deslizar suavemente para dentro do nariz da minha irmã, ao mesmo tempo em que se formou uma enorme protuberância ao lado de sua narina. A princípio, a Silvia riu, e eu também ri. Foi mesmo engraçado, o caroço "mergulhou" nariz adentro, sem esboçar a mínima resistência. Mas aí veio o momento: "Vamos tirar!"...

E quem é que disse que conseguiríamos tirar o caroço de ameixa do nariz??? Claro que era quase impossível, justamente pelo formato ovalado do "objeto", associado ao fato de ser totalmente escorregadio. Primeiro, a Silvia tentou puxar, sem sucesso... Daí foi a minha vez, e quanto mais eu tentava encostar o dedo e formar uma garrinha pra puxar o caroço, mais ainda ele mergulhava narina adentro... Olhamos uma pra cara da outra com aquela pergunta velada: "E agora?"...

Eu, claro, já estava quase chorando, morrendo de medo de aquilo fazer mal pra minha irmã, e morrendo de medo também da reação da minha mãe quando soubesse da "arte" que tínhamos aprontado... Daí eu tive uma última idéia brilhante, que seria a nossa salvação:

"_ Silvia, se você "assoar" o nariz, pode conseguir botar o caroço pra fora! Vamos tentar?", e ela na maior tranquilidade (era eu que estava nervosa!), fez que sim com a cabeça.
Um, dois, três, e... "assoa!"...

Minha irmã se preparou para dar "aquela assoada", e então, achando que estava fazendo a coisa certa, pronta para ver o caroço voar, deu uma enorme INspirada, daquelas de encher completamente o pulmão de ar... Ela fez o processo inverso, e com isso ao invés de expelir o caroço fez com que ele entrasse ainda mais na sua narina, de modo que a pontinha nem estava mais visível...

Foi aí que eu me desesperei... Falei: "Silvia, e agora??? Esse caroço não vai sair nunca mais do seu nariz! Agora não dá mais pra puxar!!!"... Ela ainda estava calma, embora o ar faceiro tenha imediatamente desaparecido de seu rosto... Ficamos ali, alguns instantes, olhando uma pra outra, sem saber o que fazer... Pensei que talvez não fosse tão grave assim, e resolvi ir consultar a minha mãe, que estava no tanque esfregando roupa:

"_ Mãããããeeee (a voz já meio embargada pelo choro iminente)... mãe..."
"_ Ai ai ai, o que é menina? Não tá vendo que eu tô lavando roupa?"
"_ Mãe, eu queria saber uma coisa. Se uma pessoa enfiar um caroço de ameixa no nariz, ela morre?"

Minha mãe deu uma olhadela de lado pra mim, aquele olhar meio enviezado de quem tem muitas coisas pra fazer e não tem muito tempo pra perder com curiosidade infantil, e respondeu, brava:
"_ Claro que morre, Flávia! Mas quem é que vai enfiar um caroço de ameixa no nariz?"
"_ Buáááááááááá (eu, já em prantos)... Mãe, então a Silvia vai morrer!!!"

Só aí a minha mãe largou a roupa, endireitou o corpo, olhou pra mim e disse:
"_ O que é que você tá falando, menina? Quem vai morrer???"
"_ A Silvia, mãe... buáááááá... a Silvia vai morrer, porque ela enfiou um caroço de ameixa no nariz, e agora não sai!!! Buáááááá"

Minha mãe então, batendo o pé, largou o serviço dela e foi em direção ao quintal, onde a Silvia estava sentada num canto, com a maior cara de "paisagem"... Então minha mãe olhou, viu a protuberância exterior formada pelo caroço enfiado no nariz, levantou a cabeça dela, olhou pelo buraco da narina, e exclamou:
"_ Minha Nossa Senhora de Aparecida! O que vocês fizeram, meninas? Perderam o juízo???"

Eu só fazia chorar, e a Silvia continuava lá, como se nem fosse com ela... Não sei se minha mãe ficou mais nervosa com a situação do caroço ou com o meu drama, mas ela ficou brava pra valer... tentou fazer a Silvia "assoar" o nariz mais uma vez, brigou porque ela não sabia fazer do jeito certo, e então simplesmente disse:
"_ Teremos que esperar seu pai chegar do serviço pra ver o que vamos fazer."

E eu, no maior berreiro:
"_ Mas mãe, e se ela morrer??? A senhora não disse que quem enfia um caroço de ameixa no nariz morre, mãe? Então, ela vai morrer! Eu não quero que ela morra!"

Aí foi que minha mãe nos acalmou, disse que não era assim também, que a Silvia não ia morrer de uma hora pra outra, e que teríamos mesmo que esperar meu pai chegar pra resolver a situação...
Foram as horas mais longas da minha infância, eu acho... Eu me sentia meio culpada por ter deixado minha irmã fazer aquilo, e de certa forma até ter estimulado, já que fiquei curiosamente assistindo... Tinha medo (ah, que inocência!), que ela morresse mesmo, vejam só!!!

Mais tarde meu pai chegou, pegou minha mãe e a Silvia e foram ao Hospital. O caroço de ameixa foi imediatamente retirado por um enfermeiro com uma pinça, e em pouco tempo eles estavam de volta, a Silvia saltitando como se aquilo tivesse sido uma grande aventura, e eu ainda em estado de choque, ainda meio chorosa, ainda com medo da história do "morrer"...

Obviamente ninguém morreu, e nada mais grave aconteceu. A Silvia continuou aprontando todas, eu continuei ajudando, estimulando, encobrindo... e assim termina A História do Caroço de Ameixa no Nariz, apenas uma das muitas histórias que permearam a nossa infância, e das quais me lembro em detalhes, como se tivesse acontecido ontem...

Que delícia é lembrar! Mas, não custa avisar: "Jamais enfiem um caroço de ameixa no nariz!"

terça-feira, 13 de maio de 2008

Mil Mulheres em Uma

"Eu não sirvo de exemplo para nada, mas se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes.

Sou a Miss Imperfeita, muito prazer!

Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.
Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros. Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.
É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias!
Tempo para uma massagem...
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado. Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será que se destina? Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si. Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que se lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. Mas se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante"
(Martha Medeiros, publicada em sua coluna em "O Globo")


Li esse texto há alguns dias... Pensei, pensei, pensei e cheguei à conclusão de que definitivamente preciso aprender a desligar, pelo menos de vez em quando... O difícil é colocar isso em prática, mas é sempre bom ter uma luzinha de alerta acesa.

E preciso também aprender a dizer NÃO... ah, isso eu preciso mesmo! Porque enquanto a gente acha que está sendo legal, está cheio de gente por aí se aproveitando, e a gente acaba fazendo papel de tonta... Me sinto uma idiota completa às vezes... Essa minha maldita mania de querer ser boazinha sempre...

Como bem diz o ditado (e aquela comunidade do Orkut, que por acaso tem mais de um milhão e meio de membros), "Bonzinho só se Ferra" (sou boazinha demais pra escrever o palavrão original f***), e não é diferente comigo...

Mas ok. Estou tentando aflorar o meu lado durona, e um dia talvez eu chegue lá.

Voltando às super-mulheres, na mesma linha do texto da Martha Medeiros, mas com um pouco mais de humor (ou escracho), foi o quadro "Sexo Oposto" exibido no Fantástico do último domingo, com o tema Dia das Mães. Hilário. Me vi em muitas situações, e rolei de rir... Segue o vídeo.


segunda-feira, 12 de maio de 2008

Felicidades aos Noivos - Vanessa e Didi


No último sábado - dia 10 de Maio - realizou-se o casamento dos meus queridos amigos Vanessa e Didi, na Paróquia Nossa Senhora dos Pobres, no Butantã.

Já falei da Vanessa aqui outras vezes. Nos conhecemos nesse mundinho virtual às vezes surpreendente, e entre uma troca de recado e outra acabamos nos tornando grandes amigas... Ela é uma figura ímpar, e quando eu conheci o então noivo - Didi, tive certeza que estava diante do par mais perfeito do mundo... Eles se completam de um jeito muito legal, são idênticos em algumas coisas e opostos em outras, mas rola uma sintonia tão grande de fazer até o mais cético dos mortais acreditar no amor verdadeiro...

Fui honrada com um gentil e sincero convite para dividir esta data especial com eles, e então lá estávamos nós, eu e o Odylo, assistindo uma cerimônia religiosa lindíssima, emocionante, verdadeira e inspiradora... Depois, pudemos soltar a franga numa festa também muito bacana, e eu fui até homenageada pela noiva, vejam só... Coisas da Van, sempre tão carinhosa comigo...

Sei que os noivos agora estão curtindo a merecida lua-de-mel, mas mesmo assim quero deixar registrado aqui o meu puro e sincero desejo de que eles sejam eternamente felizes, e que continuem ensinando a todos que os cercam que o amor existe, é lindo e plenamente possível... sempre!

domingo, 11 de maio de 2008

2º Domingo de Maio = "Dia da Saudade"


Dia das Mães é pra mim uma espécie de Dia da Saudade... Não é o único, existem muitos dias que eu poderia facilmente nomear como dia da saudade, mas esta data sem dúvida mexe muito comigo...

É especialmente difícil lidar com isso quando também se é mãe. Eu sou mãe, e não posso ser injusta com meu filho, não posso simplesmente ignorar a data como eu gostaria, não posso me distanciar desse tema que há semanas toma conta das propagandas televisivas, das lojas, enfim... Só se fala em Dia das Mães... E eu fico dividida entre a emoção de também ser homenageada e a dor de não ter mais a minha mãe para comemorar...

Dá muita saudade... muita mesmo, tanta que às vezes acho que meu coração não vai aguentar passar por isso todos os anos que tenho pela frente...

Mas estou aqui, mais um domingo, mais um Dia das Mães, mais uma daquelas datas em que a ausência DELA dói e dilacera, mais uma data em que nada, absolutamente nada tem sentido porque ELA não está aqui.

Hoje não sou mãe. Sou apenas uma filha, uma filha órfã que não vê o menor sentido nessa história toda de comemorações, uma filha órfã que sente saudade, uma filha órfã que queria efetivamente ter motivos pra comemorar essa data de outra forma que não fosse apenas como um dia de saudade.

TE AMAREI PRA SEMPRE, MÃE!

sábado, 10 de maio de 2008

Festas, Festas e mais Festas

Este final de semana está sendo totalmente atípico... Por uma daquelas coincidências que rendem inclusive piadinhas (pobre nunca tem nada pra fazer, quando tem é tudo de uma vez), estamos com nossa "agenda social" lotada... uhuuuuuuuu...

Sou partidária da teoria que ensina que um convite feito é uma gentileza enorme, uma demonstração de carinho que merece ser retribuiída à altura, com a presença (desculpa esfarrapada pra ocultar o fato de que somos "arroz de festa"), então estamos dando um jeito de aparecer em todos os eventos, mesmo que isso signifique pouquíssimas horas de sono e quilos de corretivo facial para esconder as olheiras.

Tudo começou ontem (sexta-feira), com a Festa de Debutante da Anna Letícia. Acho que nunca fui a uma Festa de Debutante no modelo atual... Na minha época as festas eram bem mais modestas, mas hoje em dia é um grande acontecimento, e eu acho lindo... É sem dúvida uma idade especial para a menina, e poder comemorar em grande estilo é uma dádiva.

Estivemos lá, e a festa foi muito bacana, mas o que mais me impressionou foi a beleza da Debutante... Como a beleza juvenil é imaculada!

Deu saudade dos meus 15 anos, os bons tempos que não voltam mais...

Sente só o charme do garoto! Tão pequeno e já pensa em agradar as garotas no baile... Ele estava "se sentindo", arrasou na pista de dança, foi muito legal!


E hoje tem mais festa... depois eu conto! ô, vida difícil!!!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Confissões de uma Noiva Neurótica, Surtada e Desesperada no auge da crise (especial de aniversário)

Mais uma republicação divertida.

Achei esse texto apropriado pra hoje porque, além de engraçado, estamos no mês das noivas, vou a um casamento amanhã, e tenho muitas amigas noivinhas que sempre passam por aqui...

Divirtam-se com minhas neuroses!!!

(Texto publicado originalmente em 26/08/07)


Faltam exatos 26 dias para o meu "grande dia"!!!

Minha vida esteve tão atribulada nos últimos meses, tanta coisa inesperada aconteceu que na verdade só agora estou começando a sentir o peso da proximidade da data... É a "TPC" tomando conta de mim!!!

Desde ontem estou sentindo um friozinho na barriga, um nó na garganta, não consigo dormir direito e fico pensando em tudo que pode dar errado... típico de noiva, nem adianta falar pra eu não ficar assim...

Fico pensando se foi uma boa idéia escolher um dia de semana... onde é que eu estava com a cabeça??? Estamos em São Paulo, todos os dias têm mais de 100 km de congestionamento, e no meio disso tudo as pessoas precisam sair do trabalho, ir pra casa, se arrumar e chegar a tempo, lá no "miolo" da grande metrópole... ai ai ai ai ai... Começo a achar que não vai aparecer ninguém... Será???

Mas estou tentando tirar essa idéia da minha cabeça, pra não pirar... nosso casamento será um evento bem íntimo, pra poucos convidados, todos pessoas muito próximas, e eu já fiz meu "terrorismo" com a maioria das amigas intimando-as a conseguirem uma folga no trabalho de pelo menos meio expediente, assim todo mundo consegue se organizar e chegar a tempo mesmo com congestionamento... Será???

Tudo bem... estou quase me convencendo... os convidados comparecerão... Mas, quisera eu fosse apenas essa a neurose de noiva... Claro que não é... Além desta idéia fixa de que as pessoas não irão, tem várias outras, como o vestido rasgar, o salto do sapato quebrar, o cabelo "desmontar", meu Deus!!! Quanta coisa pode dar errado!!! Socorro!!!

E lá no local, será que estará tudo como eu imaginei??? Já sonhei diversas vezes que chego pra casar e não há decoração, não há flores, nem mesmo para o meu buquê... Em um dos sonhos um padrinho, pra me consolar, buscava umas flores no jardim do vizinho e dizia: "Ah, pelo menos um buquê você vai ter!"... Imaginem o terrorismo que estou fazendo com a minha Decoradora, né??? rsrs... Coitada... nem tem culpa dos meus sonhos malucos, mas já pensou alguém casar sem flores decorando o local??? Nãnãninãnão!!! Não posso correr esse risco!!!

E a comida, estará boa??? Será que a cerveja vai estar "bem gelada"??? Será que os garçons darão conta de deixar todo mundo satisfeito??? E o DJ, será que lembrará de todas as "restrições" que impusemos??? Já sonhei que estava lá na festa, alegre e retumbante, e de repente o DJ coloca pra tocar "Calypso" e logo em seguida "Boquinha da Garrafa", e eu caio dura, e todo mundo vai embora... affffffffffff... Falei tantas vezes pro DJ que Calypso e outras coisas de mau gosto estão proibidas, que acho que até ele está sem dormir com medo de "errar" e ser massacrado.... hahaha

Tem também o pânico da cerimônia... Será que vou conseguir ficar séria??? Tenho sempre a impressão de que estarei em um dos dois extremos... Ou chorando de soluçar, e borrando toda a minha maquiagem que custou uma fortuna (opção mais provável), ou então tendo um "ataque de risos" que me impeça até mesmo de repetir os votos... ai ai ai ai ai...

Mas, pra quem me conhece bem, agora vai um desafio: Adivinhem só qual é o meu maior medo???
CAIR

Este é o meu maior pânico... Cair um enorme tombo, porque eu "sou uma pessoa que cai"... Já contei minhas histórias de quedas aqui no blog em outros posts, e todo mundo que me conhece bem sabe que isso é uma coisa que acontece com certa frequência... rsrs... Já pensei em várias possibilidades de tombos, como por exemplo:

1) na descida do carro, chegando no local, enrosco o salto do sapato na barra do vestido e me estatelo no chão, sob o olhar atento de todas as câmeras de filmagem e foto... essa hipótese nem é tão ruim, porque neste caso a queda seria presenciada por um número pequeno de pessoas, e com um pouco de sorte eu até conseguiria me recompor a tempo de entrar triunfante para a celebração...

2) começa a tocar a música e eu vou finalmente entrar para a cerimônia... então, tropeço no degrauzinho de 2 cm. que existe entre o hall e o salão principal e, no primeiro acorde da macha nupcial, caio de cara no chão, levando comigo meu pai que, apesar de tentar me segurar, não deu conta do peso e se espatifou em cima do meu vestido branco... essa hipótese é péssima, claro, porque neste exato momento eu teria todos os convidados de pé olhando para a porta aguardando minha entrada, e obviamente após a queda eu escutaria muitas vezes aquela perguntinha que quem cai odeia ouvir: "Coitadinha... Machucou?"... arrrrrrghhhhhhhhh... fora os risinhos de fundo, porque, claro, sempre há quem dê risada... é inevitável, tenho que concordar...

3) consigo chegar ilesa à frente da nave... não caí na saída do carro nem na entrada, o que já será uma grande vitória, mas aí chega aquele momento da cerimônia em que os noivos vão cumprimentar os pais e padrinhos... Bom, este momento também representa um enorme risco... imaginem aquele monte de barras de saias longas juntas, o meu vestido enorme e os das madrinhas... imaginem EU no meio disso tudo, querendo andar com classe... Desastre na certa, né??? Nessa hipótese, pior do que cair na frente de todos os convidados seria fazer um verdadeiro "strike" com as madrinhas, que certamente não dariam conta de me segurar... ai, meu Deus... acho que minhas madrinhas vão desistir da função se souberem desse risco... rsrs...

4) ok... nada aconteceu, e a cerimônia termina sem que nenhum tombo tenha ocorrido... saímos todos do salão, vamos lá pro hall tirar algumas fotos, e tal... e alguns minutos depois fazemos a "reentrada" no salão, já como casados, para fazer o tradicional brinde e corte do bolo, ao som de uma música linda... neste momento provavelmente eu estarei bem mais relaxada, o que faz com que exista um quantidde enorme de opções de tombo... talvez a pior seja aquela em que eu, tentado mostrar animação e descontração, me arrisco a dar uma "dançadinha" e tropeço em meus próprios pés, à frente da mesa do bolo, e caio por cima dele, destruindo o bolo, a mesa e o meu próprio rosto, tipo uma cena de comédia pastelão... Imaginem a frustração dos convidados ao verem que o bolo já era...

5) sobrevivi a todas as formalidades iniciais, consegui brindar, fazer o corte simbólico do bolo, e está tudo lindo... então vamos fazer a nossa primeira dança, outro momento "tradicional", e nem preciso dizer aqui o risco é iminente o tempo todo, né??? Pior se for no momento de um "passo" mais elaborado, e eu cair em uma posição totalmente constrangedora, tipo, com as pernas pra cima, no meio daquele monte de saias de baixo do vestido... affffffffffffffff... Nesse caso, há até uma possibilidade de ser necessário um guindaste pra me colocar de volta na posição vertical, já pensou???

Agora, se eu sobreviver a todos esses momentos, se conseguir não tropeçar nem cair até terminar a dança, então acho que será vitória certa... rsrs... é bem verdade que eu terei todo o restante da festa pra cair, na pista de dança, da cadeira ou em cima de algum convidado, e isso provavelmente vai acabar acontecendo, mas daí já estará todo mundo mais "alegrinho", e eu sempre posso por a culpa naquele que bebeu demais e acabou "me derrubando"... hahaha... aí, será só alegria!!!

É isso, gente... estou sucumbindo à Tensão Pré-Casamento... Me segurei o máximo que pude, e como eu estava muito envolvida com o casamento da minha irmã também, acabei conseguindo mudar o foco por um bom tempo, mas agora que falta menos de 1 mês, está me dando um pânico total...

E o meu lado racional sabe que é pura neurose... meu lado racional me diz o tempo todo que eu só vou formalizar um casamento que já existe de fato há muitos anos, e que eu não preciso ter tanto medo assim...

Mas meu lado emocional, que é quem manda na maior parte do tempo, está vivendo dias de pura adrenalina... Por mais que eu saiba que já está tudo contratado, por mais que as pessoas me digam que comparecerão e chegarão no horário, por mais que eu peça pra modelista reforçar as costuras do vestido pra ele não rasgar, por mais que eu deseje do fundo do meu coração que fique tudo lindo como eu imaginei, ainda assim dá uma mega insegurança, um pânico de que tudo dê errado, e vocês terão que aturar esse papo de "Bridezilla" até o grande dia...

Vou tentar me manter calma... juro que vou tentar... ainda faltam alguns pequenos detalhes para os quais vou precisar estar tranquila... Um deles é a escolha da trilha sonora da cerimônia e da primeira parte da festa... Como sou enjoada!!! Eu sei, eu sei, ninguém aguenta mais me ouvir falar nesse assunto, mas ainda não consegui fechar a relação de músicas... Quero surpreender... Vamos ver se vou conseguir... Depois eu conto!!!

Beijos Estressados e Abraços Nervosos,
BRIDEZILLA


P.S.: Só para deixar registrado agora, quase 8 meses depois do big day, eu realmenten não caí.

Tudo bem que tivemos algumas pequenas videocassetadas, o vaso da primeira coluna da nave girou girou girou e quase foi ao chão bem na hora da minha entrada, depois que meu pai esbarrou nele, mas como todos os convidados prenderam a respiração de pânico no exato momento, deve ter acontecido algum fenômeno da física que conseguiu fazer o arranjo ficar no lugar (um vaso redondo de vidro sobre uma coluna estreita também de vidro), e no fim deu tudo mais que certo!

De qualquer forma, foi uma enorme vitória pessoal. Eu não caí no dia do meu casamento! Viva!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Shoes and the City (especial de aniversário)

Dando início à Retrospectiva de Aniversário do Blog, segue uma das primeiras histórias surreais e engraçadas que eu adorei escrever.

Neste caso, porém, embora exista um breve preâmbulo sobre como eu me tornei uma pessoa que cai, o foco foi minha amiga Carrie-Ann Borgshaw, cuja identidade foi preservada em troca dessa alusão à personagem Carrie Bradshaw, do seriado Sex and the City.

(Texto publicado originalmente em 11/05/07.)


São Paulo é uma Metrópole perigosa... isso todo mundo já sabe...
Mas, preciso alertar... O perigo está em toda parte, até nos locais mais improváveis...

O Metrô, por exemplo... O Metrô de São Paulo é um dos grandes orgulhos da população... É eficiente (na maior parte do tempo), é seguro, é rápido, é limpo, é organizado... Mas pode significar um perigo para a integridade dos que por ali circulam...

Eu mesma, já fui vítima do Metrô... Isso foi há bastante tempo, é verdade, talvez uns 12 ou 13 anos, quando eu ainda estava começando a Faculdade... Tempos difíceis, eu não tinha carro, morava e trabalhava longe, e agradecia todos os dias por existir o Metrô, o único transporte capaz de me levar rapidamente do local de trabalho pra Faculdade, da Faculdade pra casa, etc... Era corrido, eu saía do trabalho ali na região da Paulista às 18h30 e tinha que estar às 19h00 na Liberdade, então corria para a estação do Metrô, fazia baldeação na estação Paraíso e quase sempre conseguia chegar à tempo na FMU... Muito estudiosa que sempre fui, vivia carregada de livros e cadernos, estava sempre com os braços ocupados dos pesados livros de Direito...

Pois bem. Eis que um belo dia eu, atrasada como sempre, enfrentei aquela loucura que é o embarque na estação Paraíso. Ali, costuma acontecer quase um fenômeno da física, pois mesmo que você esteja parado, quando as portas do trem se abrem você é empurrado pra dentro do trem, nem precisa se mexer... a multidão que vem atrás se encarrega de te levar naquele comboio humano para dentro da lata de sardinha, ops! do trem! E neste fatídico dia eu, sendo empurrada pela multidão, abraçada aos meus preciosos livros e à minha bolsa, de repente me vi descendo para o nível inferior ao das demais pessoas... trocando em miúdos, eu caí no vão que existe entre a plataforma e o trem, simplesmente caí, mas não completamente porque a certa altura eu "entalei"...

Quando as pessoas perceberam, foi aquele auê, todo mundo gritando para que o trem não partisse, pedindo socorro, apareciam mãos de todos os lados tentando me puxar, e eu só conseguia ficar estática, não olhava pra cima, nem pra baixo, nem para os lados, de tanta vergonha que sentia... foi patético, lógico... mas um guindaste humano formado por quase todos que estavam na plataforma finalmente conseguiu me "desentalar", e eu queria sair andando, como se nada tivesse acontecido... minha perna toda machucada, e eu de cabeça baixa dizendo "tá tudo bem, tá tudo bem"...

O resumo do "mico" foi que tive que ser transportada de cadeira de rodas pela equipe do metrô até o lado de fora da Estação, onde uma viatura já aguardava para me levar ao Hospital... Não houve nada grave, tive que tomar vacina anti-tetânica por ter me machucado na estrutura de ferro do trem, fizeram um curativo no machucado e eu sobrevivi... E, passada toda a vergonha da situação, essa história virou uma das melhores piadas sobre a minha vida entre os meus amigos mais próximos, para os quais caí na besteira de contar o ocorrido...

Mas ok, eu também achava engraçado, e era mesmo... e a verdade é que mais cedo ou mais tarde eu acabaria mesmo caindo no metrô, porque eu sou, como diz uma grande amiga minha, "uma pessoa que cai"... tenho problema de equilíbrio, sempre foi assim, e já caí nos lugares públicos mais inimagináveis, até grávida de 7 meses eu caí... já senti muita vergonha, mas acabei desenvolvendo uma técnica comportamental para esse tipo de situação, então hoje em dia eu tiro de letra...

Agora, o que ninguém nunca espera é que uma pessoa fina e elegante sofra uma situação assim, publicamente constrangedora...

Tenho uma amiga, na verdade a amiga de uma grande amiga que acabou também virando amiga, que é de uma elegância incontestável. Carrie-Ann Borgshaw é única... Desfila elegantemente pela cidade sempre num muito bem cortado terninho Chanell, mantendo a elegante postura nos altos saltos dos chiquérrimos sapatos Manolo Blanik... Não há quem não note tanta elegância... E como uma pessoa fina e elegante que é, utiliza o Metrô como meio de transporte entre um compromisso e outro, pois ela é politicamente correta e procura contribuir para a diminuição do trânsito e da poluição na cidade, deixando seu carro importado na garagem do suntuoso prédio onde mora...

Mas... como eu disse no começo... São Paulo é um perigo... e o Metrô é praticamente um lobo em pele de cordeiro!!!

Eis que ontem, no final da tarde, Carrie-Ann Borgshaw deslocava-se entre um compromisso e outro, sempre apressada e concentrada, e mais uma vez estava na Plataforma de uma certa Estação do Metrô aguardando o próximo trem... Gente elegante não se importa em usar transporte público, eu já disse isso, né??? Então, como sempre, Carrie-Ann Borgshaw estava impecável, cabelo muito bem escovado, roupa de primeira linha, e os belíssimos Manolo Blanik recém comprados em seus privilegiados pés... Mas...

Chega o trem. Carrie-Ann dirige-se para o seu interior, levemente empurrada pelo povão mal-educado que vinha atrás, e o impossível acontece! Não, Carrie-Ann Borshaw não caiu no vão entre o trem e a plataforma, ela jamais cairia, ela, ao contrário de mim, é uma "pessoa que não cai"... Mas o Manolo, ahhhhh... algum infeliz atrás de Carrie pisou em seu calcanhar, e o Manolo, um sapato que jamais apertaria o pé de alguém, simplesmete escorregou vão abaixo...

Sim!!! Carrie-Ann Borgshaw perdeu seu Manolo Blanik novinho, no vão do Metrô!!!

A cena que se seguiu foi horrível... Carrie-Ann tentando desesperadamente sair de dentro do trem para recuperar o salto, o sapato e, consequentemente a elegância, enquanto aquela multidão que não faz a menor idéia do valor de um Manolo vinha na contra-mão, empurrando-a de volta para o interior do trem...

Desesperada com a possibilidade de perder para sempre seu seu precioso calçado, Carrie-Ann, movida de uma fúria momentânea e repentina, conseguiu livrar-se daquele bando de pobres na contra-mão e saiu do trem desesperada, com medo que as engrenagens do metrô atropelassem seu sapatinho... Gritou, esperneou, chamou um funcionário, até que apareceu uma mulher da equipe de segurança (pobre, é lógico) e lhe perguntou: "Ah, mas esse sapato é assim, tão importante??? Você não pode deixá-lo lá???"

Carrie-Ann Borgshaw sentiu vontade de tirar o outro pé do sapato e enfiar o salto agulha na testa daquela mulher... O que acabara de dizer era uma heresia!!! Ninguém largaria um Manolo no vão do metrô, em lugar nenhum do mundo!!! Mas até para perder a elegância nessa vida há um limite, e Carrie-Ann já tinha dado sua cota de contribuição para o mundo do "barraco" naquele dia, então respirou fundo, refez a postura mantendo o pé descalço em ponta, olhou fundo nos olhos da funcionária e disse apenas, em tom suave, mas severo: "Por favor, preciso do meu sapato... agora!!! Nenhum trem partirá enquanto ele não for resgatado".

Compreendendo a gravidade da situação, a funcionária finalmente acionou a equipe de resgate que, após interditar as linhas do Metrô por cerca de 40 minutos, conseguiu retirar o Manolo dos trilhos, ainda intacto, apesar de um leve arranhãozinho aqui e ali... Para Carrie-Ann Borgshaw foi quase como nascer de novo... A vontade que tinha naquele momento era de acariciar seu sapato e de beijá-lo, mas deixou para fazer isso num momento mais íntimo, e apenas calçou seu sapato, recompôs-se, gentilmente agradeceu aos 36 funcionários do Resgate envolvidos na operação e retirou-se da Plataforma...

Dessa vez, achou que seria mais seguro pegar um táxi até seu destino... E realmente foi...

Carrie-Ann Borgshaw e os Manolo Blanik passam bem, mas serão a piada mais engraçada da turma de amigos por um bom tempo...

quarta-feira, 7 de maio de 2008

1 Ano de Dona Farta

Um justo motivo pra comemorar!


Apesar de todo o meu amadorismo, escrever é um enorme prazer, e eu queria apenas um cantinho onde pudesse exercitar essa arte, sem nenhuma pretensão que não fosse simplesmente divagar sobre tudo que me desse na telha.

Não esperava audiência (afinal, a quem poderia interessar o meu mundinho tão trivial?), e cheguei a duvidar que fosse conseguir levar essa idéia adiante por muito tempo, achei que fosse acabar desanimando e desistindo do Blog assim como já desisti de tantos e tantos esboços e projetos começados.

Só que descobri nessa empreitada uma atividade realmente gratificante, uma atividade que me proporciona momentos diários de muita satisfação, aqueles poucos minutos, às vezes altas horas da madrugada (como agora), quando eu finalmente consigo desacelerar de todo o resto, sento na frente do laptop e deixo meus dedos me guiarem pelo teclado, em perfeita sintonia com meu cérebro a mil por hora, resultando em textos bons ou ruins, bobos, úteis, inúteis, dramáticos, engraçados, chatos, longos, cansativos, emocionantes, etc, etc, etc.

Essa sensação é tão boa que a idéia de desistir do Blog jamais me passou pela cabeça nesse primeiro ano, pelo contrário: estabeleceu-se uma relação de dependência tão forte que nos dias em que não consigo postar fico chateada... Queria realmente conseguir escrever com mais frequência. Material não falta, falta é tempo mesmo, mas vocês já ouviram essa ladainha muitas outras vezes, então vamos pular esse assunto!

O fato é que sobrevivi a todos os reveses, e ouso dizer com toda a modéstea que me falta que acho até que evoluí durante esse processo... pessoalmente, emocionamente, gramaticalmente. Claro, eu gostaria de saber escrever bem melhor, bem de verdade, gostaria de ser muito mais criativa (às vezes sou tão óbvia!), gostaria de ser menos prolixa e mais interessante dentre tantos outros desejos, mas continuo fazendo a minha parte, lendo muito, estudando bastante, e talvez, quem sabe, um dia eu chegue a um nível de excelência digno dos meus queridos leitores.

Sim, meus queridos leitores, não posso deixar de falar neles! Como já disse, comecei o Blog sem pretensões de audiência, sem pretensões de que muita gente viesse me ler, até porque só quem sabia da existência do site eram os amigos mais próximos que, em tese, leriam qualquer coisa só pra me prestigiar durante um tempo, e depois esqueceriam do assunto. Mas esse mundinho virtual é tão cheio de surpresas que as coisas não necessariamente acontecem como imaginamos.

Primeiro, aqueles amigos que eu achei que logo esqueceriam essa minha idéia e ocupariam-se de coisa melhor na verdade nunca me abandonaram. Estiveram sempre por aqui, lendo meus devaneios, rindo comigo, chorando comigo, concordando comigo ou discordando de mim. E, quem escreve escreve para ser lido, de modo que essa força dos amigos foi sem dúvida um estímulo importantíssimo.

Esses amigos, por suas vezes, foram comentando sobre o Dona Farta com seus próprios amigos no trabalho, em casa, em qualquer lugar, e então outras pessoas que eu sequer conheço começaram a passar por aqui, e algumas voltaram 1, 2, 10, trocentas vezes. Vaidosa que sou, só posso dizer que é muito, muito, muuuuuuuito legal saber que uma pessoa que nunca me viu na vida visitou o Blog pelo simples fato de querer me ler.

Pra encurtar a história (já que pra variar esse post vai longe), acabei "conhecendo" muita gente bacana por aqui, fiz amizades incríveis e já troquei muita experiência com pessoas de outras cidades, outros estados e até outros países. Algumas dessas pessoas, blogueiras também, não deixam de dar uma passadinha sempre que podem, deixam sempre comentários adoráveis, carinhosos, solidários, divertidos. Grandes resultados para uma aventura que começou tão despretensiosamente!

E eu venho orgulhosamente cooptando leitores a cada dia. Até meu marido que não era assim tããããooooooo empolgado com essa história vem me acompanhando com maior frequência ultimamente, vários parentes distantes também têm me visitado, além da legião de ilustres desconhecidos / nobres amigos que nunca me deixam só!

Em 1 ano de Blog foram 220 postagens e 13.300 acessos (treze mil e trezentos acessos! pensem!) Uma marca que vale muito pra mim, porque este é um Blog, em tese, "fechado" (querendo dizer pessoal, privado, não sou famosa, enfim... sei lá qual é a expressão correta para o que quero dizer, mas acho que vocês entenderam!), não faço propaganda, não divulgo por outros meios, simplesmente vou escrevendo, e os leitores vão aparecendo... em tese quem chega aqui chega por indicação, o que torna a marca ainda mais valiosa. Não sei precisar em quantos outros Blogs o Dona Farta está linkado, mas sei que são muitos (a maioria das pessoas manda um aviso que vai linkar, mas já descobri meu endereço em Blogs onde eu nem fazia idéia!).

Falei sobre muitas coisas, embora tenha deixado de falar sobre tantas outras que gostaria... Escrevi sobre assuntos sérios mas também contei muitas histórias surreais da minha própria vida (as preferidas da audiência!). E, claro, dividi com vocês os mais importantes acontecimentos da minha vida pessoal, da minha família, babei muito o meu filho, meu marido, dividi tristezas e compartilhei emoções pessoais, de coração aberto, sem medo de ser feliz!

Pretendo manter o Blog, pelo menos nesse mês de aniversário, atualizado diariamente, pra que tenha "pão quentinho" todos os dias para os leitores (como diz uma amiga blogueira). Como não vou conseguir escrever algo novo todos os dias, vou fazer um revival dos melhores posts deste 1º ano, vou subir os textos que causaram mais reações nos meus leitores (positivas ou negativas), e assim aqueles recém-chegados poderão atualizar-se sobre essa pessoa tresloucada que vos fala e suas histórias igualmente malucas.

Por enquanto, vou ficando por aqui, deixando um AGRADECIMENTO enorme para todos os queridos amigos que me deram força e incentivo para escrever desde o começo, um AGRADECIMENTO do fundo do coração para todos aqueles que foram chegando e ficando, um AGRADECIMENTO sincero para todos aqueles que elogiam, criticam, tiram sarro ou consolam através dos comentários que fazem tanto a alegria de um blogueiro!

Parabéns para Nós! E vamos Blogar!!!